sábado, 23 de agosto de 2014

Poemas de Machado de Assis

1. Sinhá

Nem o perfume que expira
A flor, pela tarde amena,
Nem a nota que suspira
Canto de saudade e pena
Nas brandas cordas lira;
Nem o murmúrio da veia
Que abriu sulco pelo chão
Entre margens de alva areia,
Onde se mira e recreia
Rosa fechada em botão;

Nem o arrulho enternecido
Das pombas, nem do arvoredo
Esse amoroso arruído
Nem esta saudade pura
Do canto do sabiá
Escondido na espessura,
Nada respira doçura
Quando escuta algum segredo
Pela brisa repetido;
Como o teu nome, Sinhá!


2. A caridade

Ela tinha no rosto uma expressão tão calma,
Como o sono inocente e primeiro de uma alma,
Donde não se afastou ainda o olhar de Deus;
Uma serena graça, uma graça dos céus,
Era-lhe o casto, o brando, o delicado andar,
E nas asas da brisa iam-lhe a ondear
Sobre o gracioso colo as delicadas tranças.
Levava pelas mãos duas gentis crianças.

Ia caminho. A um lado ouve magoado pranto,
Parou. E na ansiedade ainda o mesmo encanto
Descia-lhes às feições. Procurou. Na calçada
À chuva, ao ar, ao sol, despida, abandonada,
A infância lacrimosa, a infância desvalida,
Perdia leito e pão, amparo, amor, guarida.

E tu, ó caridade, ó virgem do Senhor,
No amoroso seio da crença tomaste,
Entre beijos – só teus – o pranto lhe secaste
Dando-lhes pão, guarida, leito e amor.

3. O Verme

Existe uma flor que encerra
Celeste orvalho e perfume.
Plantou-a em fecunda terra
Mão benéfica de um nume.

Um verme asqueroso e feio,
Gerado em lodo mortal,
Busca esta flor virginal
E vai dormir-lhe no seio.

Morde, sangra, rasga e mina,
Suga-lhe a vida e o alento;
A flor o cálix inclina;
As folhas, leva-as o vento;

Depois, nem resta o perfume
Nos ares da solidão...
Esta flor é o coração,
Aquele verme o ciúme.

4. Livros e flores

Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?

5. Luz entre sombras

É noite medonha e secura,
Muda como o pensamento,
Uma só no firmamento
Trêmula estrela fulgura.

Fala aos ecos da espessura
A chorosa harpa do vento,
E num canto sonolento
Entre as árvores murmura.

Noite que assombra a memória,
Noite que os medos convida,
Erma, triste, merencória.

No entanto... minh’alma olvida
Dor que se transforma em glória,
Morte que se rompe em vida.

6. Circulo Vicioso

Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
−“Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

− “Pudesse eu copiar o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!”
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:

− “Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda a luz resume!”
Mas o sol, inclinado a rútila capela:

− “Pesa-me esta brilhante auréola de nume...
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Por que não nasci eu um simples vaga-lume?”

7. Mundo interior

Ouço que a natureza é uma lauda eterna
De pompa, de fulgor, de movimento e lida.
Uma escala de luz, uma escala de vida
De sol à íntima luzerna.

Ouço que a natureza, − a natureza externa, −
Tem o olhar que namora, e o gesto que intimida,
Feiticeira que ceva uma hidra de Lerna
Entre as flores da bela Armida.

E contudo, se fecho os olhos, e mergulho
Dentro de mim, vejo à luz de outro sol, outro abismo
Em que um mundo mais vasto, armado de outro orgulho,

Rola a vida imortal e o eterno cataclismo,
E, como o outro guarda em seu âmbito enorme,
Um segredo que atrai, que desfia, − e dorme.

8. Suave mari magno

Lembra-me que, em certo dia,
Na rua, ao sol de verão,
Envenenado morria
Um pobre cão.

Arfava, espumava e ria,
De um riso espúrio e bufão,
Ventre e pernas sacudia
Na convulsão.

Nenhum, nenhum curioso
Passava, sem se deter,
Silencioso,

Junto ao cão que ia morrer,
Como se lhe desse gozo
Ver padecer.

9. A uma senhora que me pediu versos

Pensas em ti mesma, acharás
Melhor poesia,
Viveza, graça, alegria,
Doçura e paz.

Se já dei flores um dia,
Quando rapaz,
As que ora dou têm assaz
Melancolia.

Uma só das horas tuas
Valem um mês
Das almas já ressequidas.

Os sóis e as luas
Creio bem que Deus os fez.
Para outras vidas.

10. No alto

O poeta chegara ao alto da montanha,
E quando ia a descer a vertente do oeste,
Viu uma coisa estranha,
Uma figura má.

Então, volvendo o olhar ao subtil, ao celeste,
Ao gracioso Ariel, que de baixo o acompanha,
Num tom medroso e agreste
Pergunta o que será.

Como se perde no ar um som festivo e doce,
Ou bem como se fosse
Um pensamento em vão,

Ariel se desfez sem lhe dar mais resposta.
Para descer a encosta

O outro lhe deu a mão.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Homenagem para as Mães

"Respire. Você será mãe por toda a vida. Ensine as coisas importantes. As de verdade. A pular poças de água, a observar os bichinhos, a dar beijos de borboleta e abraços bem fortes. Não se esqueça desses abraços e não os negue nunca. Pode ser que daqui a alguns anos, os abraços que você sinta falta sejam aqueles que você não deu. Diga ao seus filho o quanto você o ama. Sempre que pensar nisso. Deixe ele imaginar. Imagine com ele. As paredes podem ser pintadas de novo. As coisas quebram e são substituídas  Os gritos da mãe doem para sempre. Você pode lavar os pratos mais tarde. Enquanto você limpa, ele cresce. Ele não precisa de tantos brinquedos. Trabalhe menos e ame mais. E, acima de tudo, respire. Você será mãe por toda a vida. Ele será criança só uma vez."

domingo, 27 de abril de 2014

Projeto Saber Cuidar 8º Ano A

Título: Meio Ambiente: Saber Cuidar

ORGANIZAÇÃO E MONTAGEM DA EXPOSIÇÃO.
Nossa exposição terá como intuito montar um painel da questão ambiental em sua realidade e também do ideal que queremos atingir. Assim, a apresentação será no sentido da realidade até o ideal. Que será através de todas as construções e trabalhos realizados pelos alunos.
E todos os trabalhos deverão ter uma formatação adequada, capricho e um LAY-OUT que chame a atenção dos visitantes, nesse sentida originalidade e criatividade serão super importantes.

PASSOS PARA A CONSTRUÇÃO DO PROJETO:
• Pesquisas bibliográficas sobre o assunto; (Questão ambiental). 
• Pesquisa fotográfica. 
• Entrevista, enquetes sobre a questão ambiental.
• Vídeos (assistir e produzir filmes, documentários sobre o assunto).
• Produção de folder, cartilhas, etc...sobre o assunto. 
• Produção e confecção de álbuns de desenhos, gravuras, fotos etc... 
• Confecção de cartazes, murais. 
• Montagem de maquetes;
• Apresentação de peças teatrais com a temática ambiental. 

DESENVOLVIMENTO
A turma será dividida em grupos onde, cada grupo ficará responsável de fazer uma pesquisa sobre o tema proposto: Meio Ambiente.
Nos dias marcados cada grupo trará seu material de pesquisa para ser confeccionado o mural que era produzido conforme orientação da professora. Os subtemas de cada grupo serão diferentes e serão escolhidos e/ou sorteados na sala.
No dia da culminância, isto é, da exposição cada grupo ficará responsável pela organização de seu trabalho e por seu material de exposição. O grupo que for utilizar material multimídia deverá reservar com antecedência na secretaria da escola.
As pesquisas poderão conter:
* Material escrito: textos informativos (jornais, revistas, livros ou internet);
* Material impresso: ilustrações e fotos;
* Material gravado: músicas e/ou documentários.

SUBTEMAS
1. Ambiente natural.
–– Os seres vivos e os fatores não vivos do ambiente.
–– Tipos de ambiente e especificidade: caracterização, localização geográfica, biodiversidade, proteção e conservação dos ecossistemas brasileiros.
–– Existência do ar, da água e do solo e a dependência dos seres vivos.
2. Ambiente construído.
–– A ocupação desordenada dos espaços urbanos e suas consequências.
–– O uso dos recursos naturais.
3. Diversidade da vida animal, diversidade de plantas e Os fungos.
4. Ciência, tecnologia e a subsistência dos seres vivos.
–– Recuperação de ambientes aquáticos, aéreos e terrestres degradados, visando ao retorno da diversidade de vida nesses locais.
–– Ambientes artificialmente construídos e controlados para manutenção da vida humana e de outros seres vivos, animais e vegetais.
5. Os resíduos da tecnologia.
–– Como agem os principais poluentes químicos do ambiente
–– Tratamento, controle e qualidade da água para diversas finalidades.
–– Ações individuais e coletivas para prevenção de doenças causadas por poluentes do ar, das águas e do solo.
6. Energia: fontes, obtenção, usos e propriedades e materiais como fonte de energia.
–– Produção de energia elétrica: impactos ambientais e sustentabilidade.
–– Transportes e diferentes consumos de energia.
7. Problemas ambientais contemporâneos.
–– As contradições entre conservação ambiental, uso econômico da biodiversidade, expansão das fronteiras agrícolas e extrativismo.
–– Tecnologias ambientais para a sustentabilidade ambiental.
–– As conferências internacionais e os compromissos e propostas para recuperação dos ambientes brasileiros.
8. A origem do ser humano e a evolução cultural.

–– Impactos da transformação do ambiente e da adaptação das espécies animais e vegetais aos interesses da espécie humana.

Exercício sobre Sujeito 7º Ano

Exercício

1. Identifique, nas orações abaixo, o sujeito e seu núcleo e classifique-o:
a) A menina distraída perdeu o anel.
Sujeito ___________: ________________________
Núcleo do sujeito: ___________________________
b) O cachorro barulhento e o papagaio tagarela chamam a atenção.
Sujeito ___________ : _____________________
Núcleo do sujeito:________________________________________
c) Os alunos deram um duro na prova.
Sujeito ____________ : ______________
Núcleo do sujeito: _________________________________________
d) O motorista novo errou o caminho.
Sujeito ______________: __________________
Núcleo do sujeito: ____________________________

2. Retire da frase o que se pede entre parênteses:
a) Helena defendeu Henrique. (sujeito)
b) O velho pátio estava vazio. (núcleo do sujeito)
c) Minha joia desapareceu. (predicado)
d) Você acertou. (predicado)

3.  Leia a tirinha abaixo e responda o que se pede
snoop.jpg (1291×308)
   No 2º quadrinho há 3 orações:
Peixes comem insetos             Pássaros comem peixes                      Gatos comem pássaros.
a)      Identifique o sujeito das 3 orações.
_______________________________________________________________________
b)      Os três sujeitos recebem a mesma classificação. Como se classificam os sujeitos acima? Justifique.
_______________________________________________________________________

4.      Observe as orações abaixo e assinale verdadeiro (V) ou falso (F):
1.                  Todos os domingos, eu e minha família vamos à missa.
2.                  Nós entregaremos os trabalhos na data marcada.
3.                  Todos os livros da biblioteca passarão por uma reforma.
(   ) Na oração 3, o predicado é passarão por uma reforma.                  
(   ) Na oração 1, o sujeito é composto pois apresenta 2 núcleos.
(   ) Na oração 2, o sujeito é desinencial.
(   ) Na oração 2, o sujeito é os trabalhos.
(   ) Na oração 3, o sujeito é composto e os núcleos são: livros e biblioteca
(   ) Na oração 1, o predicado é eu e minha família

5. Separe o sujeito do predicado.
a) "A pêndula do bar martelou seis horas." (Ribeiro Couto)      
Sujeito:
Predicado:
b) "Por minha vontade eu ficava ouvindo aquele menino a vida inteira." (José J. Veiga)      
Sujeito:   
Predicado:
c) "Dona Anita deu meia dúzia de beliscões no caçula..." (Carlos H. Cony)      
Sujeito:
Predicado:
d) "Genoveva não se defendia de um erro ou de um perjúrio." (Machado de Assis)      
Sujeito:   
Predicado:

Textos para as questões 06 a 08

O CADERNO

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco até o be-a-bá.
Em todos os desenhos coloridos vou estar:
A casa, a montanha, duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel.
(...)
O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado, se lhe dá prazer.
A vida segue sempre em frente, o que se há de fazer.
Só peço a você um favor, se puder:
Não me esqueça num canto qualquer.

6 - A expressão “A vida segue sempre em frente” indica que na vida:
a) tudo acaba.
b) tudo passa.
c) tudo estaciona
d) tudo fica como está.
e) passamos por fases.

7 - No poema, o verso “Do primeiro rabisco até o be-a-bá” sugere a aprendizagem
a) do desenho.
b) da fala.
c) da escrita.
d) da pintura.
e) da leitura.

8 - A partir da leitura do poema, pode-se concluir que o caderno
a) gosta muito de todas as crianças.
b) fala como se fosse uma pessoa.
c) sonha com desenhos coloridos.
d) gosta muito de rabiscar.
e) fica triste por ser deixado de lado.